quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O BRASILQUE QUEREMOS NÃO TEM SÓ PADRÃO FIFA versus PADRÃO CAÇA RATOS

Essa crônica, diferente do que possa parecer, não trata exclusivamente de um assunto ou outro (futebol, política, qualidade de vida, etc.), mas de todo um contexto que precisa ser repensado. Também quando falo de Caça Rato, não me refiro especificamente ao jogador de futebol (Flávio), mas ao Brasil que a sua história representa. Com o final do evento organizado pela FIFA e recentes acontecimentos políticos, sociais e trágicos,  paramos um pouco para refletir sobre os fatos e encontramos mais perguntas do que respostas:
1) Somos ainda o País do futebol?
2) Que carga emocional envolve um hino cantado em capela? e as ameaças de vandalismo durante a Copa?
3) A Copa se faz com a construção de belas ARENAS ou também de uma infra estrutura que envolva Hospitais, Transporte, Escolas, Segurança, dentre outras?
4) Esse país está dividido entre aqueles que tem padrão FIFA e os que são Caça Ratos?
5) Por fim, o que esperarmos dos nossos políticos, do nosso futuro como país e até de nós brasileiros para atingir o padrão do primeiro mundo? Ou ainda, o que é ser "primeiro mundo"?

Pra começar vamos ver o exemplo da Alemanha, que há 10 (dez) anos mantém a mesma equipe técnica; Que nas últimas 4(quatro) copas esteve entre os semi finalistas e foi 2(duas) vezes vice campeã; Que investiu nas categorias de base pra fazer brotar verdadeiros campeões e campeãs. Uma seleção e seus Managers que se preocuparam em adaptar os atletas ao Brasil (clima, costumes e povo), enquanto outras ficavam reclamando do gramado, do hotel, da comida, do calor, do juiz da partida, etc. Como verdadeiros Pop Stars!
A seleção e o povo do Japão, nos deu exemplos de educação e cidadania; A seleção da Holanda mostrou  que o quê importa é a equipe, e pra isso temos de mesclar veteranos com jovens iniciantes; A seleção Americana demonstrou a capacidade de evoluir em um esporte até então pouco explorado no país, mas também deixou claro a NEURA que o seu povo tem de um ataque terrorista;  As seleções Argentina e Portuguesa deixaram escancarado pra quem quisesse ver que uma equipe não pode depender do talento de apenas um ou dois jogadores, mas do conjunto - defesa, meio campo e ataque - e ainda mais o banco; Por fim, a Costa Rica, que nos encantou com sua garra - ou seja - querer é quase sempre poder, o difícil é querer.
Qual BRASIL queremos para nossos filhos? Aquele que canta o hino em capela e é chamado de alienado, acomodado, burguês ou Aquele que vai às ruas e clama por mudanças? E que por isso são rotulados de  "comunistas". Ou ainda aquela minoria, que acha que através da violência (verbal, moral ou física), tenta fazer as mudanças acontecerem? Talvez o um, o dois, ou os três ou nenhum (menos provável). O que os poderosos e as elites não querem enxergar, ou até fazem  vista grossa é que o povo que canta o hino em capela é o mesmo que vaia os políticos que comandam nossa nação : sim! porque a presidente Dilma representa apenas uma parte do poder.... Ou dos "podres poderes", como preferir.
No BRASIL padrão FIFA, o transporte público é confortável, limpo, pontual, os funcionários tratam os passageiros com cordialidade e respeito, existe diversidade de meios de locomoção (terrestre, aquático, ciclovias, etc.), resumindo: Existe uma boa infra-estrutura de mobilidade urbana.
No BRASIL dos Caça Ratos, o transporte é sujo, insuficiente, basicamente não existe estruturas para pessoas com necessidades especiais; As paradas de ônibus são mal iluminadas e instaladas em pontos que atrapalham a circulação dos pedestres; A informação sobre as linhas que circulam são poucas ou inexistentes; Os funcionários - uma parcela - não estão habilitados a trabalhar com o público e às vezes acontece do sujeito estar num dia de fúria, discutir com os passageiros e agredir os mesmos fisicamente.
No BRASIL padrão FIFA, as escolas remuneram bem seus professores, mas cobram produtividade, tanto deles como dos alunos. Formam cidadãos prontos a interagir com o mundo.
No BRASIL dos Caça Ratos, as escolas de referência são exceção quando deveriam ser a regra. Os professores - profissionais básicos para todas as outras profissões - muitos deles recebem 01(um) salário mínimo, atualmente em R$ 724,00. Isso é, quando recebem! No entanto, tem escolas nos interiores do país que mesmo com parcos recursos, conseguem aplicar em educação cada centavo recebido. E educação muda o mundo, como já sabemos.
No BRASIL padrão FIFA, os hospitais são limpos, bem administrados e viáveis economicamente. As pessoas, ao nascerem, já recebem o número do "seguro social", para se tornarem cidadãos acolhidos pelo estado.
No BRASIL dos Caça Ratos, os bebês que tem a sorte de nascerem em famílias estáveis, só contam com a certidão de nascimento e no máximo um CPF (Cadastro de Pessoa Física) para se tornarem contribuintes num futuro breve. Os que não possuem essa mesma sorte, são abandonados nos semáforos, nas ruas, em caixas dos becos escuros. Como diria Chico Science em sua música: "Caiu no mangue e virou gabirú!"(ratazana). As Santas Casa de Misericórdia que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), estão à beira da falência ou já fecharam as portas. Os motivos são vários: Desde repasses ínfimos do Governo Federal, até administradores de condutas duvidosas, passando por fornecedores de produtos e serviços (como o recolhimento dos lixos comum e hospitalar) que pagam propinas para se manterem sugando o sangue do contribuinte.
Também não nos interessa importar toda uma cultura dos países ditos de "primeiro mundo", porque com ela viriam serial killers que matam suas vítimas sem explicação, obesidade mórbida por comer muitos alimentos industrializados, níveis de suicídio altíssimos, pela falta de calor humano, dentre outras neuras.
Sabemos que tudo passa pela política, quer aceitamos ou não, e por escolher as pessoas certas para nos representar, sendo a nossa arma O VOTO consciente e a nossa bandeira, a dignidade, o respeito às diferentes formas de pensar o país, pois como disse o filósofo francês Voltaire: "Eu posso até não concordar com o que você diz, mas morrerei pelo direito que você tem de dizê-lo!"
Um grande exemplo disso foi este político que nos deixou no dia 13/ago/2014, num trágico acidente de avião: Eduardo Campos, rapaz novo que aprendeu desde cedo os meandros da política com o avô Miguel Arraes.Com ele foram os nossos sonhos de um país melhor administrado, porque ele sabia delegar funções e era implacável na cobrança de resultados. Em uma das últimas entrevistas no JN, ele chegou a convocar o povo brasileiro: "NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL, PORQUE É AQUI QUE VAMOS VIVER E CRIAR NOSSOS FILHOS!".
Pois em homenagem à sua memória Eduardo, nós da ASP/PE (Associação de Parkinson de Pernambuco), não vamos desistir de lutar, pois enquanto houver 01(uma) pessoa acreditando que esse país tem jeito, lá nós estaremos para  apoiá-la.

UM ABRAÇO, E QUE DEUS, NA SUA INFINITA MISERICÓRDIA TE ILUMINE E DÊ CONFORTO AOS SEIS FILHOS, ESPOSA, IRMÃO, MÃE E AVÓ.