O BLOCO
DOS TREME TREME & OS ASSOCIADOS NA ASP-PE
A primeira vez que ouvi falar no nome do
Bloco, ele iria desfilar nas ruas próximas à UNICAP (Universidade Católica de
Pernambuco) durante o carnaval de 2008. A Universidade era uma das principais
patrocinadoras e incentivadoras desse movimento. Nessa época eu já fazia parte
de um grupo de Parkinsonianos envolvidos num projeto de terapia através da
dança e da música denominado Coral Mandacarú. Confesso que tive um certo
preconceito em relação ao nome do Bloco (dos Treme Treme), para mim soava um
tanto pejorativo e discriminatório, parecendo que só quem tivesse Parkinson
poderia participar. Mas aos poucos fui convivendo com as pessoas e entendendo
que dentro daquele grupo havia algo mais do que um simples bloco da carnaval.
Quando resolvi encarar meus próprios
temores – ou tremores - e participei do bloco foi no carnaval de 2011. O local
era a Praça da República, situada no centro da cidade do Recife – PE. A Praça é
cercada por três prédios imponentes: O Teatro Santa Isabel – construído em 1841
em estilo neoclássico; O Palácio do Campo das Princesas – deram-lhe esse nome
por ter abrigado as princesas e sua corte em visita ao Recife, no tempo do
Império; O Palácio da Justiça, que como o próprio nome diz, abrigava todo o
judiciário pernambucano, hoje dividido em outros prédios. O Rio Capibaribe também
margeia a Praça em seus últimos metros antes de se encontrar com o mar.
Naquela paisagem maravilhosa e bucólica, ouvia-se à distância alguns acordes de frevo tocados pela banda 100% mulher (como o próprio nome diz, só tinha mulher nos instrumentos), lideradas pela maestrina Carmem – uma morena, baixinha, mas gigante na paixão pela música. Minha ansiedade não poderia ser maior, minhas mãos transpiravam qual esponja de lavar pratos, e como é comum num Parkissoniano eu tremia que nem corda de guitarra de roqueiro.
À medida que ia me aproximando da praça, essa sensação só aumentava e eu dizia para mim mesmo: Você tem que relaxar homem! Aproveite o momento! A cena que encontrei serviu pra me deixar admirado e ao mesmo tempo satisfeito em ter vindo: Pessoas com o mesmo diagnóstico - que para a mim parecia um terror - estavam ali brincando, dançando, algumas fantasiadas até mesmo em suas cadeiras de rodas, cantando músicas novas e de antigos carnavais e jogando confetes e serpentinas.
Algumas jovens voluntárias do grupo de dança Mandacarú carregavam o estandarte do bloco e outras faziam os passos tradicionais do frevo com direito à fantasia completa incluindo a sombrinha colorida. Crianças acompanhando seus pais e avós, tomando picolé, comendo pipoca e bebendo garrafas de água mineral que eram distribuídos pela associação.
Eu via aquilo tudo e ficava me perguntando: De onde vem tamanha alegria e disposição? Porquê ninguém se importava em ser exposto a público? Porquê aquelas garotas e aqueles garotos dançarinos faziam questão de estar ali num sábado de manhã, quando poderiam estar descansando da balada na sexta à noite? Porquê os outros voluntários deixavam o conforto dos seus lares, pra trabalhar em pleno sol de fevereiro, por aquele grupo de pessoas. Essas respostas e outras que aqui não estão listadas, serão esclarecidas no decorrer das nossas histórias.
Naquela paisagem maravilhosa e bucólica, ouvia-se à distância alguns acordes de frevo tocados pela banda 100% mulher (como o próprio nome diz, só tinha mulher nos instrumentos), lideradas pela maestrina Carmem – uma morena, baixinha, mas gigante na paixão pela música. Minha ansiedade não poderia ser maior, minhas mãos transpiravam qual esponja de lavar pratos, e como é comum num Parkissoniano eu tremia que nem corda de guitarra de roqueiro.
À medida que ia me aproximando da praça, essa sensação só aumentava e eu dizia para mim mesmo: Você tem que relaxar homem! Aproveite o momento! A cena que encontrei serviu pra me deixar admirado e ao mesmo tempo satisfeito em ter vindo: Pessoas com o mesmo diagnóstico - que para a mim parecia um terror - estavam ali brincando, dançando, algumas fantasiadas até mesmo em suas cadeiras de rodas, cantando músicas novas e de antigos carnavais e jogando confetes e serpentinas.
Algumas jovens voluntárias do grupo de dança Mandacarú carregavam o estandarte do bloco e outras faziam os passos tradicionais do frevo com direito à fantasia completa incluindo a sombrinha colorida. Crianças acompanhando seus pais e avós, tomando picolé, comendo pipoca e bebendo garrafas de água mineral que eram distribuídos pela associação.
Eu via aquilo tudo e ficava me perguntando: De onde vem tamanha alegria e disposição? Porquê ninguém se importava em ser exposto a público? Porquê aquelas garotas e aqueles garotos dançarinos faziam questão de estar ali num sábado de manhã, quando poderiam estar descansando da balada na sexta à noite? Porquê os outros voluntários deixavam o conforto dos seus lares, pra trabalhar em pleno sol de fevereiro, por aquele grupo de pessoas. Essas respostas e outras que aqui não estão listadas, serão esclarecidas no decorrer das nossas histórias.
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